Um dia desses ouvi o escritor Daniel Galera fazer uma descrição precisa do estado de espírito dos argentinos que moram em Buenos Aires: eles vivem em uma constante melancolia, ainda que em alguns momentos se esforcem para velar isso.
Um dos primeiros argentinos que conheci, foi no tempo da faculdade de arquitetura. Era ótima pessoa, convivia bem com uma turma recém-saída do colégio, com média de 17 anos. Certamente ele tinha o dobro de nossa idade, mas também um bom humor para rir das bobagens que falávamos, fazíamos e pensávamos. Era o começo da década de 80 e a ditadura militar ainda estava latente na Argentina. Apesar de nunca ter perguntado ou sabido de nada a esse respeito, sempre imaginei aquele argentino como um refugiado. A precisão do traço no desenho e o tanto que sabia das disciplinas técnicas denunciavam que talvez ele já fosse arquiteto na vida passada, não na espiritual, mas naquela que deixou em seu país. Um dia, anunciaram a volta da democracia na Argentina e ele sumiu daqui.
Muitos anos depois, eu estava na Argentina e reconheci esse cara em várias outras pessoas que vi nas ruas de Buenos Aires, que se concentravam na companhia de um cigarro, procuravam num pensamento coisas ou gente perdidas, mostravam uma animação fora de sintonia com seus próprios olhares. É claro que muito do que ocorreu na história recente do país contribui imensamente para esse apego e saudade a um passado opulento, o qual é a origem de tanto orgulho, outrora soberba. É claro também que nem todos portenhos vivem afogados nesse rio de tristeza e saudosismo. Mas daí toca um tango, e esses também sucumbem ao um estado natural de melancolia.
Despertado pelo comentário do Daniel Galera a respeito dos habitantes de Buenos Aires, fui olhar as fotos que eu fiz nessa cidade. Rapidamente achei vários desses personagens que retratam bem o que escrevi nesse post. Clique no link abaixo, e veja a galeria de imagens.
Maravilha, Leo!!!
Belo texto, belas fotos, como sempre, um prazer estético passar por aqui.
Grande abraço e, no +, MÚSICAEMSUAVIDA!!!
Obrigado, Mácleim!
É sempre uma honra contar com sua visita aqui.
Abraço
o lado decrépito digladia com a modernidade, e o pouco de suntuoso da cidade. é diferente de uma cidade como maceió que tem o centro velho, sujo e caótico e poluído e os bairros ricos, de linhas modernas e fachadas solares. as vidas estão separadas. Numa cidade como BAires, com sua vocação européia, tudo se mistura, confronta e conflitua. Achei lindo. Já tenho decidido, voltarei muitas vezes.
Existem cidades que urbanisticamente podem ser mais ou menos complexas. Mas, para mim, as maiores atracões de todos os lugares ainda vão ser as pessoas e a maneira como se comportam em seus habitats naturais. BsAs realmente vale muitas idas e vindas.
Valeu sua passada por aqui, Felipones.
Abracos
Belas fotos Léo! Seu texto me inspirou a entrar no clima.
Obrigado, Karina.
Embarque nessa viagem, mas não necessariamente no clima dos portenhos 😉
beijos
Leo Villanova, perfeito o texto, as fotos, a trilha… Tem alguma coisa minha nessa cidade, toda vez que eu chego lá ela me aninha. Já andei por lá 8 vezes e cada vez gosto mais, e mais.
Fafá,
Da próxima vez, aceito uma carona.
Beijos e obrigado pelo comentário
Leo, alguém, algum dia, já fundou um fã clube para vc? Se não, acho que serei a primeira!
Sandrones,
Pra economizar, a gente aluga a mesma casa. Eu fundo o fã clube seu.
beijos
léo, agora vc não pode mais fugir, a partir do dia 19 assumo a edição de tecnologia e vc vai virar pauta. Será uma pagina para dar dicas de blogs bacanas e o seu se encaixa nesse perfil. me aguarde. bjs
Nidelins,
Se esse blog tivesse só a sua especializada visita, eu já estaria satisfeito. 🙂
Estou aguardando os seus comandos.
beijos
Vou lhe fazer uma confissão, Villanova: mil vezes a melancolia portenha
que a malemolência carioca/brasileira. Fotos maravilhosas!!!!!!!!!! Abs.
Da Rocha,
Se a melancolia faz pensar, então o lugar tem seu valor.
Como não sou do balacobaco, também confesso que concordo com esse ponto de vista.
Abração
Pra variar, muito bacana. Sua capacidade de retratar as
pessoas inseridas em seus ambientes é realmente fantástica,
meu amigo. Parabéns, mais uma vez.
Hermann
Valeu, meu caro!
Sua visita aqui é sempre uma honra.
abração
Parabens Leo, vc capturou muito bem o espírito do porteño q eu conheço tão bem. Mas o q mais me impressionou nas tuas fotos é o respeito com q vc abordou teu tema, fiquei admirado!
Muchas gracias, Hector 🙂
Me parece que essa característica é bem evidente nessas pessoas. O lado ruim dessa falsa rivalidade entre nós e argentinos é fazer com que certos detalhes de nossas personalidades passem desapercebidos.
Abraços e valeu pelo comentário.
Leosíssimo,
vim, vi e adorei! Me junto a Sandra Maurer na proposta de criação de um fã clube seu. Pode contar: tou dentro. Bjs
Oliverrrrrrrrrrrr!
Então Temos encontrar um prédio para compartilhar os fãs clubes. Creio que só seu, já deve ter uns 10 ativos por aí.
Beijos e obrigado por ter vindo por aqui
Grande Léo,
as fotos estão espetaculares.
São pinturas reais da vida portenha.
Confesso que estou impressionado com a sua visão particular, com a técnica avançada, com o olhar aguçado, com o enquadramento perfeito.
E não estou me referindo apenas ao trabalho de Buenos Aires. O conjunto da obra é notável.
Como dizia a madre superiora, “você é foda !!!”.
Abraçããããããão entusiasmado
de Marcio Canuto, seu fã desde garotinho.
Inoxidável Guru,
Suas palavras elogiosas refletem bem o tamanho de uma das suas características mais marcantes, que é a generosidade. Fico sempre envaidecido com as suas mensagens.
Obrigado sempre.
Abracãoooooooooooooooooooooooooo
Valeu Léo e Parabéns pelas Mulheres que você tem.
Um grande abraço.
Isaac.
Obrigado, Grande Isaac!
Parabéns só para elas, especialmente no dia de hoje.
Abraços