A injustiça cega

A injustiça cega

Verdade crua e nua
Mais um cego foi jogado
No olho da rua.





Foto: Léo Villanova | Poesia: Carlos Nealdo


Pague quanto quiser

Pague quanto quiser

A maneira como se consome música hoje em dia, sem dúvida alguma, trouxe para perto do público muitos artistas que, sem o empurrão da indústria, estariam enclausurados em algumas garagens por aí. A Internet democratizou a produção fonográfica do passado, presente e futuro entre todos que tenham acesso à rede. O outro lado da moeda é que há o risco de não haver mais a própria moeda na relação entre artista e consumidor.

A indústria do entretenimento não sabe exatamente o que fazer para continuar lucrando, mas imagina que talvez jamais volte a faturar tanto como no passado. A figura do ídolo bilionário passará à mitologia.

Não se tem ideia de qual a modalidade de venda de música vai vingar, se por faixas individuais, como no iTunes, se por self-service de discos, a partir de pagamento de uma taxa mensal ou ainda através de experiências como o ‘pague quanto quiser’, inaugurada pela Radiohead com o álbum “In Rainbows”. Pelo menos essa última possibilidade foi descartada pela própria banda inglesa, que nunca revelou se teve lucro ou prejuízo com a generosidade espontânea dos seus fãs.

A verdade é que os músicos estão se convencendo que sua sobrevivência depende cada vez mais do corpo-a-corpo com o público. Saem na frente os músicos de rua, que sempre estiveram disponibilizando sua arte e emoção ao vivo, para todos. Eles ainda foram os precursores do ‘Pague quanto quiser’. E fica fácil saber quando têm prejuízo. Basta ver se eles continuam ali, na mesma esquina.

Jazz é saber improvisar. Até na escolha do palco - Praga, República Tcheca

Amsterdam, Holanda - Soulman

Violinista toca sua melancolia em uma rua de Praga

O que os olhos não vêem, o acordeon toca - Praga

Bandeonistas da Orquestra El Afronte, em San Telmo - Buenos Aires

Artista de rua toca didgeridoo em Paris, França

Didgeridoo. Hit também em Praga.